domingo, 8 de junho de 2014

Curso de Mergulho

"Na primeira vez a sensação é estranha. A máscara. O equipamento incômodo, um pouco pesado. Você entra vagarosamente na água e sua face é submersa. Inspire: o ar chega com um silvo tranquilizador e, pela primeira vez, você respira sob a água. Em poucos minutos, você se esquecerá da máscara. O equipamento passa a ser leve e ágil e você se sente livre como nunca antes. Com a primeira respiração sob a água, a porta para um mundo diferente se abre. Não é um mundo independente, mas não deixa de ser diferente.
Abra esta porta e entre. Sua vida nunca mais será a mesma.

Somente você pode dizer o que lhe impele ao mergulho autônomo. Se você procura por aventura, não ficará desapontado. Você a encontrará – quer seja em um navio naufragado enquanto desvenda seus segredos em um recanto remoto do mundo entre outros povos e culturas, ou em sua região – mais próximo do que imaginou ser possível.
Se você ama a natureza, veio ao lugar certo. Se descobertas lhe intrigam, bem-vindo ao espaço interior. Ainda que seja um clichê, não deixa de ser verdade que conhecemos melhor a superfície da lua do que o fundo dos nossos oceanos. Até mesmo nos locais de mergulho mais populares, você verá coisas que a maioria das pessoas nunca irão. Mesmo com uma experiência de centenas de mergulhos, a visita a um novo local de mergulho traz sempre novas emoções e descoberta. Visitar um local conhecido é quase como voltar para casa.
O mergulho autônomo significa enfrentar novos desafios. Ele constitui uma das raras atividades que fazem a adrenalina correr no sangue e provoca emoções fortes, ou traz calma e paz. Você pode aceitar desafios que requerem treinamento, planejamento e concentração: procurar e recuperar objetos perdidos, descer até 30 metros/100 pés (se o seu nível de capacidade de mergulho permitir) ou explorar seu local de mergulho favorito após o pôr-do-sol. Ou você pode se deixar levar ao longo de alguns dos ambientes mais tranqüilos e lindos do mundo, sendo que a sua maior preocupação imediata seria decidir se deseja ou não parar e fotografar uma estrela do mar. De qualquer modo, a atividade de mergulho cresce com você.

Há sempre algo novo para ver, algum lugar novo para explorar, alguma nova maneira de desfrutar da experiência. Nenhuma outra atividade se correlaciona tão fácil e precisamente às suas expectativas de hoje, de amanhã e de dez anos no futuro. É impossível superá-la.


Você provavelmente viu fotografias, programas de televisão e filmes sobre mergulho, mas até que mergulhe é impossível compreender o que significa mergulhar. Nada na superfície da terra pode ser comparado com as sensações que você experimentará – a emoção de respirar debaixo d’água, a liberdade de sentir-se “sem peso” e imagens e sons sem paralelo.
Bem-vindo a um mundo de descoberta e aventura. “
(Fonte: Manual PADI - OPEN WATER DIVER - Português: 1999)

     Quando iniciei o curso Open Water, que é o nível básico do mergulho, não imaginava o quão complexo é mergulhar. Ele pode parecer apenas uma atividade simples, mas nesse curso aprendi que o mundo subaquático também é conhecimento, é intenso, além de encantador. Decidi fazer a pedido do Rogério, que foi meu instrutor no mergulho da Dolina da Água Milagrosa.
     Não chega a ser assustador descobrir a complexidade do mergulho, mas percebemos como é sério, afinal, é nossa saúde e segurança que é levada em consideração, principalmente quando se trata das sequelas que ele pode deixar. Quando mergulhei pela primeira vez sabia dos riscos, mas que só me ficou claro no curso. Soube que teria que lidar com a matemática. Sim, ela mesmo. Por exemplo, eu preciso fazer um intervalo entre um mergulho e outro, caso eu deseje fazer dois no mesmo dia. Isso porque quando mergulhamos, pela quantidade de nitrogênio consumida durante um mergulho profundo ou não, mas com tempo razoável debaixo da água, obrigatoriamente precisamos fazer uma conta básica pra saber quando poderemos mergulhar outra vez. Isso ocorre por conta do acúmulo de nitrogênio no sangue, que se não "controlado", pode se acumular nas articulações, causando paralisia dos membros, edemas cerebrais e etc. A chamada "doença descompressiva", temida até por mergulhadores experientes.
Tabela de Descompressão Lado 1
      
     No kit do curso ganhamos uma tabela para acompanhar e facilitar nosso cálculo. Usando a tabela levamos em consideração a profundidade que iremos mergulhar, ela nos dá o tempo máximo que podemos ficar no fundo, consideramos também o tempo de superfície e então teremos um grupo de pressão. Seria fácil se eu tivesse um computador de mergulho, mas um dia eu chego lá e compro um rsrsrs. Por recomendação, seguimos esse cálculo ao pé da letra. Não é exagero, isso é muito sério. Quando uma pessoa vai fazer o "batismo", o próprio instrutor já saberá até onde ele deve ir, quando voltar e quanto tempo esperar o próximo mergulho ou encerrar. No mergulho autônomo não, nós mergulhadores devemos ter em mente os limites do cálculo a ser seguido e do nosso corpo.

Outro fator importante que deve se levar em consideração é a PRESSÃO. Sim, ela está relacionada a tudo no mergulho: ouvido, máscara, câimbras, equipamentos, peso do corpo... Também deixa grandes sequelas se não controlar o corpo, isso mesmo, o corpo debaixo d'água. Na superfície, pressão atmosférica é de 1ATM. No mergulho, a cada 10 metros de descida aumenta essa pressão em 1ATM, ou seja, se estamos a 10 metros, a pressão sobre o nosso corpo fica em 2ATM. Quanto mais profundo, maior essa pressão. Enquanto descemos, devemos controlá-la em nossos ouvidos e máscaras usando algumas técnicas.

Passados a teoria, hora da prática, o famoso check-out. As atividades são feitas na piscina ou na parte rasa da Água milagrosa. Fiz exercícios essenciais como tirar água e pressão da máscara, manipular o manômetro e profundímetro e a tirar e colocar o primeiro estágio(também conhecido por regulador). Para finalizar, fiz 3 mergulhos com profundidade máxima de 20 metros.

Assim é o curso Open Water, uma verdadeira porta para o conhecimento e mergulho seguro.