Após o almoço que encerrou a manhã do
Esporte cidadania radical, mesmo evento em que fiz o meu primeiro rapel,
Larissa e eu saímos em busca de alguma outra atividade que fosse
"compatível" com nossa idade e tamanho. O rapel ainda tinha fila, a
escalada também, as atividades aquáticas eram só pra crianças, esportivas não
tínhamos interesse, nada interessante havia ali.
Ainda cheia e com calor, pensei na
possibilidade de ir embora até que algumas pessoas começaram a falar e indicar
na direção dos guindastes: o pêndulo humano iria começar a funcionar. Saímos em
direção de onde seria a atividade e ficamos observando os primeiros a descerem.
Era diferente e nunca tinha ouvido falar,
ou pelo menos nunca dei atenção. O pêndulo humano é parecido com o Bungee Jump,
a pessoa também pula de uma ponte, ou outra plataforma, porém amarrada em uma
corda não elástica, ou um cabo de aço, e ai fica balançando de um lado para o
outro até parar. Naquela situação haviam dois guindastes: um deles segurava a
“gaiola” onde os participantes subiam e saltavam, o outro, segurava a corda
onde seríamos amarrados para fazer o salto, cerca de 25 metros de altura.
Resolvemos entrar na brincadeira e
entramos na fila para participar. A
atividade era feita a cada 4 pessoas então costumava ser demorada, e também
dependia muito da coragem da pessoa, pois algumas logo que saiam da gaiola já
saltavam, outras ficavam nervosas ou com medo e demoravam um pouco mais.
Encontramos uma cadeira e por lá ficamos esperando. Ao lado de onde estávamos
tinha um carro de som tocando Aerosmith, dava pra distrair enquanto as horas
passavam.
Passou 13:30... 14:00... 14:30... às 15
horas a Larissa começou a se preparar pra subir. Combinamos de ir em grupos
separados, assim enquanto uma estivesse saltando a outra ficaria embaixo
tirando fotos. Dito e feito, ela foi no primeiro grupo e eu sairia logo em
seguida. No mesmo grupo que ela estava me chamou atenção uma menina pois foi a
mais demorada de todos ali pra descer. Embaixo a galera começou a gritar,
incentivando-a a saltar, inclusive eu gritei. Até que ela pulo e todos
comemoraram.
Enquanto isso eu já estava me preparando. Depois que Larissa desceu
comecei a colocar os equipamentos de segurança e conheci as pessoas que iriam
saltar comigo.
Enquanto subíamos, procurei não
olhar para baixo e fiquei olhando a cidade ao redor. Pude ver os bairros em
volta, o parque, os tribunais que ficam perto e por um impulso e olhei por
baixo da gaiola... estava alto, mas eu iria pular.
Foi o primeiro, o segundo e logo chegou a minha vez.
Foi o primeiro, o segundo e logo chegou a minha vez.
Thiago Baggio e a última participante do grupo a saltar |
Animada, saltei para o lado de fora da gaiola e fiquei no pequeno espaço de onde deveria pular para o lado e saltar. No momento em que virei para frente, minha coragem desapareceu. O instrutor gritou 3... 2... 1... Já. Em vão. Fiquei paralisada. Com medo. 3... 2... 1... Já. De novo nada. Naquele momento o evento estava sendo encerrado, só o pêndulo estava funcionando e olha só, ficava no caminho da saída. Todas as pessoas que saíam pararam pra olhar a atividade e logo começaram a gritar “Pula logo” “Pula, Pula”. E nada. Até que senti uma mão do lado e um grito JÁ quando virei pra ver o que era, já estava no ar.
Confesso que foi uma sensação
única, lembrei da menina que havia demorado para descer também e me vi na mesma
situação, mas se dissipar depois de saltar. La embaixo, o carro de som tocava a
música Crazy de Aerosmitch e o desejo de liberdade que ganhei naquele momento
me tomou até hoje.
Em terra firme ficamos conversando sobre
o que aconteceu e depois saímos para ir embora. No caminho paramos em uma
conveniência e compramos água e muita, mas muita cerveja para compensar aquele
dia lindo que foi quente pelo calor, cansativo, mas intenso.
Voltei pra casa outra pessoa, a que
estava com medo de poucos metros de rapel e de saltar de pendulo agora ansiava
mais, e vive uma vida intensa até hoje, um ano e meio depois(29/04/2014).
Não posso encerrar esse post sem falar do
profissionalismo do Tiago Baggio e de sua equipe. Os horários, não houve
exagero quando comentei, mas isso acontecia porque o depois que a equipe
montava os equipamentos ele era sempre o primeiro a testar. Todos eles. A
escalada, o rapel, o pêndulo, por isso demorou além do esperado. Isso nos
passou a sensação não só de segurança, mas também de confiança, essa que tenho
em sua equipe até hoje quando participo de alguma atividade.
Se você aí quer praticar atividades
radicais na região de Cuiabá, fica a dica a equipe da Adrenalina MT.