sábado, 5 de novembro de 2016

O que levar na mala? Nada além do necessário.

"Nada além do necessário". É o que penso depois de montar minha bagagem.

Sempre que viajo algumas pessoas me perguntam sobre a minha bagagem: "Só isso?", "Mas nem uma sandália?", "Cadê a mala? Só estou vendo uma mochila.".

Bom, mala pra mim é algo muito pessoal e de vivência de viagens também. Vejo pessoas que carregam a casa pra viajar uma semana, mas não critico pois um dia também já fiz isso, alias, na minha primeira viagem.

Na minha primeira viagem levei uma mala que tinha metade do meu tamanho, eu com 1,60 de altura. Eram para 15 dias. Escolhi a mala grande por precisar levar uma manta para acampar. Um colega que viajou comigo levou uma mala com metade do tamanho da minha e ainda carregou mais coisas. 

Mochila para 15 dias da ultima viagem
Com o tempo e experiencias, fui aprimorando o tamanho da mala, as coisas que precisava levar e então elas diminuíram, não só em tamanho, mas também em coisas necessárias para levar.

A minha mala, ou melhor, bagagem, é montada uma semana antes de viajar. Nesse período já tenho definido que tipo de viagem vou realizar: com aventura, sem aventura, praia, cidade grande, etc... Então se vou a praia, claro que não vou levar um trail dust. Ou a viagem é só de aventura, com trilhas e acampamento, nada de cidade grande, não vou levar sandálias. 




Por isso considero o que levar na bagagem muito pessoal e específico, mas vou deixar algumas dicas que costumo adotar quando vou começar a montar a minha:

Roupas

Se vou fazer um mochilão e a região é fria, não levo short jeans porque definitivamente não uso. No máximo um de algodão pra poder dormir ou quando estiver no quarto à toa. Mesmo coisa o inverso, se o local é quente, levo uma blusa de frio pequena e fina pra usar a noite, o resto são roupas de calor. 

Além disso, evito levar muitas peças e quando a viagem é longa, opto por hospedar em locais que tem lavanderias no locais ou nas proximidades e levo somente o necessário para mim. 

Uma vez estava ajudando minha irmã a montar a mala para ela passar uma semana em uma cidade a cerca de 200 km de onde moro. Ela levava rios de roupa. Quando terminou de montar a mala falei: agora você elimina metade do que está ai. Assim ela o fez, mas não consegui convencê-la a levar menos do que 6 shorts jeans. Quando ela retornou da viagem me falou: olha, usei dois shorts apenas, pois depois que usava um acabava lavando. É... quem avisa, irmã é.

Acessórios e Maquiagem

Costumo levar acessórios básicos para viagens de aventura e mais pesados e maquiagem para viagem que envolve balada, botecos, etc. Considero desnecessário carregar várias sombras imaginando que posso utiliza-la apenas uma vez. Na dúvida, levo uma pequena neutra, que combine com qualquer cor de roupa e pronto. Está ótimo.

Sapatos

Trail Dust depois do Trekking

Sandália na Patagônia? Não, nem pensar. Eu não encontrei nenhuma recomendação antes de viajar e depois ninguém reparou que eu estava usando uma bota, até mesmo porque TODOS usavam sapatos de aventura, coturno, botas e ainda podia utiliza-la em qualquer lugar, desde café até o trekking. Além disso, já imaginou como ficaria com um cachecol e uma bota, ou um casaco impermeável com um trail dust pra subir uma montanha de neve? O look fica ótimo.

Se vou passar o feriado na praia, chinelo e sapatilha são indispensáveis, da pra usar em qualquer lugar. Do quarto ao supermercado o chinelo e a sapatilha pra usar a noite.

Higiene 

Produtos de higiene como creme dental, sabonete, costumo levar nas viagens pois são produtos que o hostel não oferece. Além deles, levo frascos pequenos com shampoo, condicionador e hidratante corporal. 

Ainda tinha o costume de levar toalha, mas em hostel costuma ser barato o aluguel para a estadia. A mais cara que paguei foi R$10,00. A vantagem do aluguel de toalha é que além de ser barato, evito mais um item na bagagem, ficando assim com mais espaço para outras coisas.

Eletrônicos e seus Acessórios

Em 2009, minha irmã e meu cunhado vieram de Portugal para Cuiabá e passaram o maior transtorno por causa de uma das malas extraviadas. O problema em si não eram as roupas e sapatos, e sim os cabos da câmera fotográfica que estavam nela. Maior ainda o transtorno porque na época (hoje não sei) não existia os cabos pra aquela marca de câmera. Os dias de passeio deles era sempre ir a algum lugar da cidade e se tiver loja de eletrônicos, pergunta se nela tinha.

Enfim, como lição, em nenhuma viagem levo os cabeamentos, fontes e acessórios na bagagem que vai para o porão. As empresas aéreas recomendam levar os eletrônicos na bagagem de mão mas por causa desse episódio, coloco também a tralha toda que acompanha eles. Por isso acabo levando uma mochila e não uma bolsa comum. Na dúvida sobre determinado item, pergunto para um funcionário da companhia aérea se aquele pode ir ou não na bagagem mão. Essa mochila sempre está comigo então, é um transtorno que consigo evitar.

Resumindo... o que levar em uma mala apesar de ser pessoal, não custa nada se prevenir. Ouvir relato de colegas e família que viajam, olhar em blog de mochileiros e viajantes. Sempre tem alguém que passou por algum perrengue e está lá contando.

Fica a dica.

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Fortaleza - Ceará

"Que vontade de ver o mar". Assim eu acordei um dia em janeiro. Fiquei pensando em quando e como viajar, imaginei que poderia conseguir no meu aniversário: sem chance... Ele foi em 14 de fevereiro e esse ano(2016) caiu justamente no fim de semana de enterro dos ossos, ou seja, pós carnaval, alta temporada, altas tarifas aéreas, altas tarifas nos holtels, e bla bla bla... nem pensar.
Consegui então encontrar uma passagem amigável para Fortaleza para o inicio de março, com o horário bom, chegaria na cidade na sexta a noite e conseguiria aproveitar o fim de semana. Assim decidido: comprei a passagem, reservei o hostel, pesquisei sobre a cidade e fui!!!!

Beach Park

Eu cheguei na cidade de Fortaleza em uma sexta feria de madrugada e pegaria o transfer para o parque logo pela manhã, preferi não sai para conhecer as redondezas.Só descansei e pela manhã aguardei o transfer. Na bolsa que levaria para utilizar durante o dia tinha: canga, câmera digital, protetor solar, dinheiro suficiente, o ipod pra ouvir musica no caminho e o coração leve. 

Estava realizando dois sonhos: conhecer o nordeste brasileiro e o Beach Park, além de matar saudade da praia, lógico.

Praia do Beack Park
Eu cheguei ao beach faltando uma hora pra abertura e pra passar o tempo lógico: PRAIAAAA!!!! A praia é linda, não é lotada, a água é morna, nem senti falta de Arraial do Cabo (Me perdoe arraial hihihi). 


#VaiKunTudo ao Fundo
 Depois de passar o tempo na praia voltei a ser criança, ou não. Andei em todos os tobogãs, a começar pelo VaiKunTudo... mesmo com medo eu fui... ele tem uma adrenalina incomum, assim como o Insano também. Nenhuma atração do parque é melhor que a outro, todas são boas, a diferença é a sensação e a emoção: Alguns tobogãs fazem varias voltas, alguns são abertos, outros fechados, uns escuros, outros claros, descem com bóia e outros sem bóia,o Insano é queda livre de 40 metros. É indescritível as sensações, só estando lá e vivendo para ter ideia. É um lugar que, apesar do alto preço, pretendo voltar quando for em Fortaleza novamente.


Morro Branco e Canoa Quebrada

Morro Branco - CE
Aproveitei o contato da empresa que fiz o transfer para o beach park para contratar o passeio para Canoa Quebrada e Morro Branco, eles tinham um que aconteceria no domingo e la foi eu pegar a onda.

O transfer me buscou no hostel de manhã e seguimos viagem Ceará a dentro. A primeira parada foi em Morro Branco, com direito a passeio de bugy e uma volta pelo Labirinto das Falésias.




Passarela de Canoa Quebrada - CE
A segunda parada foi em Canoa Quebrada, para primeiro o almoço e em seguida a guia da empresa deixou eu e os demais turistas a vontade para conhecer a região. Andei pela passarela e pelo horário, como estava muito tarde, não me arrisquei a ir até o verdadeiro sol de canoa quebrada, fiquei na réplica mesmo.




No fim do dia retornamos para Fortaleza, tomei aquele belo banho e fui andar pela Av Beira Mar, muito famosa na cidade.

Fortaleza – Cidade

Fortaleza e eu 
Como retornaria para Cuiabá na segunda feira final da tarde, tive pouco tempo para conhecer a cidade de Fortaleza, mas mesmo assim acordei cedo na segunda feira, fui conhecer a praia do Futuro, retornei para a Praia de Iracema e região.

O legal de Fortaleza é ser uma cidade barata: a comida se come bem e paga pouco, as lembrancinhas, bebidas... claro que tem a região da elite, mas não me chamou atenção e por isso não fui conhecer.


Observações e dicas:

Como eu organizei essa viagem muito encima da hora, não pude pesquisar muito mas juntei algumas que pesquisei e outras com os colegas de quarto do hostel e fui:
  • Fortaleza é uma cidade linda e na região da Praia de Iracema parece tranquila, mas é sempre bom ficar de olho nas suas coisas e objetos pessoais, principalmente na praia.
  • Alguns lugares em Morro Branco não aceitam cartão para pagamento, principalmente os passeios, ou os que aceitam cobram a mais, por isso é bom sempre estar com dinheiro em espécie. Eu deixava o cartão para comida e bebida.
  • Eu pude ficar apenas um fim de semana, mas o Ceará tem muito mais passeios legais para fazer. Vale passar uma semana por lá.
  • Transfer Aeroporto x Hostel x Aeroporto: Não consegui nenhum serviço de shutle por causa dos horários dos voos, mas o taxi em Fortaleza não é caro.
  • Hospedagem: Fiquei no Albergaria Hostel, que tem uma excelente estrutura, fica próximo à praia e é super charmoso, com direito a cortina nas beliches. Ele tem um barzinho na frente com comida e bebida mas fecha cedo. (http://albergariahostel.com.br/home/)
  • Passeios:Os passeios fiz pela Agencia Capital do Sol, consegui o contato deles no hostel. O atendimento dos guias são excelentes e são atenciosos, sempre prontos quando eu precisei. (http://www.capitaldosoltur.com.br/)
  • Beach Park: A compra da entrada pode ser feita pela internet ou direto nos guiches na entrada do parque.(http://www.beachpark.com.br/) 




El Calafate - Mochilão 2015

No post anterior descrevi como foram os passeios de Ushuaia no meu mochilão de 2015. No mesmo mochilão passei por El Calafate, e nesse post vou contar como foram meus passeios por lá.

Cheguei em El Calafate com um dia de atraso depois do imprevisto no percurso entre Rio Grande e Rio Gallegos com o ônibus, assim tive que fazer cortes em alguns passeios para ter tempo de ir ao Perito Moreno.

Como ainda estava cedo, devia ser em torno de 14 hs, guardei minhas coisas no hostel e fui conhecer a cidade. Andei em parte da Av del Libertador(região central) e parei em uma galeria com mesas a céu aberto. La bebi um chopp e curti o movimento dos torcedores do Boca Juniors, que comemoravam a conquista de mais um título do clube.

Perito Moreno - O todo poderoso

Sim, o chamo de todo poderoso pela sua imensidão e magnitude. Para chegar até ele, contratei o Mini Trekking no glaciar, A visita ao Glaciar Perito Moreno foi dividida em 3 partes: A primeira foi a vista panorâmica, uma atividade de contemplação do Todo Poderoso Glaciar, a segunda foi a navegação até o outro lado do lago de onde começaria o mini trekking e a terceira foi o mini trekking, atividade de caminhada sobre o glaciar. A vista do glaciar da passarela é espetacular, porém gélida.

Em um ponto da passarela tem uma espécie de "abrigo" que é uma cabana de vidro, ali da pra ficar mais tempo fugindo do vento. Eu fiquei um pouco nessa cabana até me localizar na passarela, depois continuei a explorar o local e ver o glaciar de vários ângulos.
A segunda parte que é navegação é tranquila. Ha opção de ficar do lado de fora do catamarã, mas o espaço é pequeno. Eu consegui me apertar em um canto e atravessei o rio assando um pouco de frio, mas dessa vez contemplando o glaciar mais de perto e por outro angulo.





Depois de atravessar o lago, tivemos um time de cerca de 30 minutos antes de iniciar o mini trekking, esse tempo foi dado pela equipe depois de passar instruções sobre o que levar, o que deixar no abrigo e comer antes de iniciar a subida.

A terceira parte do passeio é o mini trekking sob o Glaciar.... Confesso que no começo fiquei com um frio na barriga, mas retomei a coragem depois que o guia passou as instruções. Primeiro colocamos o grampo no sapato, e subimos em grupo com dois guias cada um. Um dos guias viu que eu estava insegura passou parte do tempo me orientando sobre como pular, onde e como pisar. Do alto do Glaciar Perito Moreno é possível ver o lago e também a passarela, onde eu havia passado horas atrás. Agradeci a Deus pela criação, pela oportunidade de estar ali e curti as “pisadas” no glaciar.

No final do mini trekking ainda somos surpreendidos com whisky, agua para quem não bebe whisky e bombom, em uma espécie de confraternização de fim de trekking. Eu brindei, bebi, conversei com um casal de brasileiros que havia conhecido no início do passeio e depois retomei para a trilha para fazer a retorno.

O Perito Moreno é um clássico da patagônia, sem sombra de dúvidas o melhor trekking em geleiras que eu  fiz.



Lago Argentino

Minha passagem pelo Lago Argentino foi cheia de aventura. Segui(ou pelo menos tentei) a dica da recepcionista do hostel, peguei um mapa e sai com a minha mochilinha nas costas para conhecer o lago. Segundo ela me passou, com cerca de 30 minutos caminhando eu estaria no lago seguindo a direção que ela passou. Eu, pra variar, errei a rua. 

Quando tinha passado 30 minutos de caminhada notei que estava muuuuito longe, então resolvi voltar o caminho e tentar de novo.

Seguindo meu mapa, peguei a direção correta até chegar em uma bifurcação. Peguei a de direita que parecia que daria para o lago e realmente deu.... porém de um penhasco que não havia como descer(hahahaha). 


Lago Argentino - El Calafate

Voltei um pouco mais o caminho e cheguei a um ponto de uma pequena trilha, que parecia ser fácil para descer. Bom, não foi a pior que fiz, mas consegui chegar ao lago. Ainda briquei com os pássaros, peguei na agua, e tive a sensação de estar no mar de arraial do cabo: azul, limpo e gelado... uma maravilha de se ver – ou melhor, de viver.

Da série: Esqueci um parafuso em casa



Há, eu não peguei mas disseram que saindo do centro da cidade, também é possível conhecer o lago de bicicleta. Eu acabei fazendo uma longa caminhada mas que valeu a pena.






Laguna Nimez

A laguna Nimez é uma charmosa lagoa próxima do Lago Argentino e há 1 km do centro da cidade. Ela abriga mais de 80 tipos de como flamingos, patos e cisnes de pescoço preto.  O local também conta com um herbário com plantas encontradas na reserva. Chegando lá, soube que a visitação era paga porém do lado de fora da cerca é possível contempla-la. Nada de especial, mas é belíssima por sinal.

El Calafate – A cidade

A cidade é bonita, pequena, colorida, limpa e organizada. Na av principal tem opção para lazer, comidas, empresas turísticas, lojas e etc.. Eu não me hospedei próxima ao centro, mas todos os dias no final da tarde (digo por volta das 20 hs) passeava por lá.

Dicas:

Translado Aeroporto x Hostel x Aeroporto
Serviço de transfer da cidade ao aeroporto de El Calafate(esse transfer é feito com van e é uma opção boa e barata - ARG 100,00 - valor em 11/15). Eu contratei a Ves Patagonia. (http://www.vespatagonia.com.ar/)

Hospedagem:
A hospedagem foi feito no Glaciar Perito Moreno Hostel, que possui uma estrutura nova e boa. Porém é distante do centro do cidade.(http://www.glaciarperitomorenohostel.com/)

Mini Trekking no Perito Moreno:
O minitrekking eu contratei na recepção do hostel logo que cheguei, porém ela pode ser feita direta pela empresa Hielo e Aventura, mas o preço é igual em ambas as contratações(ARG 1500,00 - valor em 11/15). (http://www.hieloyaventura.com/)

domingo, 22 de maio de 2016

Uma vida interessante

Minha crônica preferida:

"E, se eu lhe disser que estou com medo de ser feliz pra sempre?" pergunta ao seu analista a personagem Mercedes, da peça Divã, que estréia hoje em Porto Alegre.

É uma pergunta que vem ao encontro do que se debateu dias atrás num programa de tevê. O psicanalista Contardo Calligaris comentou que ser feliz não é tão importante, que mais vale uma vida interessante. Como algumas pessoas demonstraram certo desconforto com essa citação, acho que vale um mergulhinho no assunto.

"Ser feliz", no contexto em que foi exposto, significa o cumprimento das metas tradicionais: ter um bom emprego, ganhar algum dinheiro, ser casado e ter filhos.

Isso traz felicidade? Claro que traz. Saber que "chegamos lá" sempre é uma fonte de tranqüilidade e segurança. Conseguimos nos enquadrar, como era o esperado. A vida tal qual manda o figurino. Um delicioso feijão-com-arroz.

E o que se faz com nossas outras ambições?

Não por acaso a biografia de Danuza Leão estourou. Ali estava a história de uma mulher que não correu atrás de uma vida feliz, mas de uma vida intensa, com todos os preços a pagar por ela. A maioria das pessoas lê esse tipo de relato como se fosse ficção. Era uma vez uma mulher charmosa que foi modelo internacional, casou com jornalistas respeitados, era amiga de intelectuais, vivia na noite carioca e, por tudo isso, deu a sorte de viver uma vida interessante. Deu sorte?

Alguma, mas nada teria acontecido se ela não tivesse tido peito. E ela sempre teve. Ao menos, metaforicamente.

Pessoas com vidas interessantes não têm fricote. Elas trocam de cidade. Investem em projetos sem garantia. Interessam-se por gente que é o oposto delas. Pedem demissão sem ter outro emprego em vista. Aceitam um convite para fazer o que nunca fizeram. Estão dispostas a mudar de cor preferida, de prato predileto. Começam do zero inúmeras vezes. Não se assustam com a passagem do tempo. Sobem no palco, tosam o cabelo, fazem loucuras por amor, compram passagens só de ida.

Para os rotuladores de plantão, um bando de inconseqüentes. Ou artistas, o que dá no mesmo. Ter uma vida interessante não é prerrogativa de uma classe. É acessível a médicos, donas de casa, operadores de telemarketing, professoras, fiscais da Receita, ascensoristas.

Gente que assimilou bem as regras do jogo (trabalhar, casar, ter filhos, morrer e ir pró céu), mas que, a exemplo de Groucho Marx, desconfia dos clubes que lhe aceitam como sócia. Qual é a relevância do que nos é perguntado numa ficha de inscrição, num cadastro para avaliar quem somos? Nome, endereço, estado civil, RG, CPF. Aprovado.

Bem-vindo ao mundo feliz.

Uma vida interessante é menos burocrática, mas exige muito mais.

Martha Medeiros, em 22 de março de 2006.

Ushuaia - Mochilão 2015

Em alguns post anteriores descrevi um pouco da experiência do meu primeiro mochilão e de como foi para eu chegar lá. Andei pensando e achei legal então contar um pouco mais detalhes sobre minha passagem pela Patagônia, começando claro por Ushuaia.

Meu embarque para Ushuaia foi as 4:40 da manhã de segunda feira e a chegada estava prevista para as 09 hs. Na madrugada, antes do voo tomei bastante vinho, o que permitiu relaxar o meu corpo e descansar por pelo menos 2:30.

Depois que acordei já não consegui dormi mais por causa do frio, mas fiz uma chegada tranquila. O legal foi o pouso: o piloto fez de forma que os dois lados da cabine pudesse ver Ushuaia por alto... foi lindo, fiquei emocionada, com direito a aplausos quando a aeronave chegou em solo.

Depois de pegar as malas e passar pela aduana, encontrei o Mario Barros, dono da agencia Brasileiros em Ushuaia, que me prestou apoio durante os dias que estive em Ushuaia e me ajudou com os passeios.

Por falar nos passeios, vou falar um pouco sobre os passeios que fiz em Ushuaia.

Trem do Fim do Mundo e Parque Nacional Terra do Fogo

O Trem do Fim do Mundo, também chamado de "O Trem dos Presos" é uma das principais atrações da Ushuaia, num passeio que permite conhecer parte da história da Terra do Fogo e do que foi um dia, o trem do presídio. O percurso é feito na réplica do trem que transportava os presidiários para trabalhar e abastecer lenha à população de Ushuaia há 100 anos. 

Eu, assim como os demais brasileiros que estavam na excursão não animamos para pegar o trem. Então fizemos uma passada rápida pela estação, tiramos fotos e seguimos parque a dentro com a van da empresa de turismo. Não arrependi de não ter pego o trem. Com a excursão tive a oportunidade de conhecer mais o parque, a Bahia de Lapataia, o lago que não lembro o nome e o museu do parque do fim del mundo - com direito a capuccino no final. O parque em geral tem muita coisa para se fazer, trilhas de poucos minutos e outras de horas. Vale a pena tirar um dia para conhecer.


Glaciar Martial


Subida ao Glaciar Martial -
cidade Ushuaia ao fundo
A minha visita ao Glaciar Martial foi no período da tarde, mesmo dia da visita ao Parque Nacional. Esse foi o meu primeiro contato com a neve.

Na verdade, para chegar até o glaciar foi preciso subir uma montanha coberta de neve, que também é usada como pista de esqui no inverno, e no final da subida ficamos aos pés do glaciar. De lá é possível ver a cidade. Ele é como se fosse um mirante.

Eu como viajante e meio criança aproveitei ao máximo: brinquei, rolei, fiz guerra de neve com o guia, ainda subi com uma garrafa de cerveja e bebi lá encima depois dela dar uma leve gelada com a neve.

Navegação pelo Canal Beagle e Farol do Fim do Mundo

Farol Les Eclaireurs -
Farol do Fim do Mundo
No mesmo dia que cheguei na cidade fiz a Navegação pelo Canal Beagle, onde peguei um catamarã no porto turístico e fui conhecer o canal Beagle e o famoso farol do fim do mundo. Na verdade o nome dele é Farol Les Eclaireurs e foi simbolicamente dado como Farol do Fim do Mundo por ser bem icônico e estar completamente isolado em uma ilha. O verdadeiro Farol do Fim do Mundo fica bem mais ao sul, bem na saída para o oceano Atlântico.


O catamarã passou ao lado da ilha do farol e pude vê-lo bem de perto. Apesar do frio e do vento gélido, consegui tirar algumas fotos.

Além do Farol do Fim do Mundo, o passeio com o catamarã pude contemplar as ilhas dos pássaros e dos lobos marinhos. Ainda paramos em uma das ilhas e fizemos uma pequena trilha, que por sinal era toda demarcada para evitar que alguém pisasse nas áreas de maior preservação.

Ao final do passeio, quando o catamarã retornava para o porto, fiz um pequeno esforço e voltei pelo lado de fora da cabine, isso tudo para aproveitar o fim de tarde e ver a cidade de frente... foi sensacional.

Lago Fagnano

Lago Fagnano
Minha aventura pelo lago Fagnano foi feito com 4x4(Dia de Estancia) pela empresa Brasileiros em Ushuaia. Foi um dia de muita diversão. O Lago fica a 100km de Ushuaia, e para chegar até ele passamos pegamos a Ruta 3 que corta a cordilheira dos Andes, com direito a parada na estrada para brincar com a neve, nos mirantes e no Paso Garibaldi com vista para o Lago Escondido.


Castoreiras
A estancia é linda. De um lado se vê o bosque, do outro o imenso lado e ao fundo tem as montanhas da cordilheira. Após caminhar pela região e tirar fotos, terminamos em uma longa prosa com o nosso guia, com direito a muita comida e cerveja Quilmes. 








Laguna Esmeralda

Foi o último passeio que fiz em Ushuaia e com certeza era o mais esperado. Segundo o Mario da agencia brasileiros em Ushuaia, era o mais belo de todos que eu havia feito. Na sexta pela manhã a van passou no hostel para me buscar, assim como os demais aventureiros e seguimos novamente pela Ruta 3 até o início da trilha que nos levaria a Laguna.

Trekking rumo a Laguna Esmeralda

Apesar do frio e ser uma trilha difícil, eu a considerei tranquila e consegui fazer sem problema. A única dificuldade é que errei nos agasalhos e acabei passando calor. Mas nada que tirar uma das blusas de frio não resolvesse. 
A região é magnifica... em alguns pontos a neve já havia derretido e o som dava a impressão que havia uma cachoeira por perto. Para chegar a laguna, passamos por bosques e castoreiras, algumas subidas um pouco puxadas e onde a neve já havia derretido parecia que pisava em uma enorme esponja.

Laguna Esmeralda
Algumas horas de trekking e chegamos a belíssima Laguna Esmeralda. Eu faminta depois do trekking, primeiro sentei para comer meu lanche e depois fui curtir a Laguna no meio do frio. Claro que de fora.... não deu para tomar banho nela. = )







Ushuaia foi o destino que amei conhecer nesse mochilão e superou todas as minhas expectativas.