terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Amizade Sem Fonteiras

Um verão qualquer, fevereiro de 2014, na cidade maravilhosa(Rio de Janeiro). Era uma viagem mais ou menos fora do normal e ficou totalmente fora quando entrei no quarto 1 do Copa Hostel:


_Oi tudo bem? É dê onde?(com sotaque gaúcho)
_Sou de Mato Grosso e voce?
_Rio Grande de Sul. Ela(apontando para o lado) é do Peru e ela(apontando pra sósia da Amy Winehouse) é da Suíça.
_Ela é lutadora, veio da Argentina para um campeonato.

_Vamos a pucrawl carioca? Ouvi falar que é um rodízio de bares show de bola de leblon.
_Mas bah, que legal. Vamos sim.
Fabiola e eu saímos andando de onibus, pedindo informação, usando o maps… desbravando o Leblon na noite de sexta-feira.

_Vamos a praia? Vai ter bloquinho de carnaval la na praia de Ipanema.
_Ixi, estou de ressaca.
_Eu topo(diz outra menina do quarto)

_Mas bah… Hoje tem ensaio do salgueiro na sapucaí, quem topa?
Em grupo de 8 saímos pela noite do Rio de Janeiro. A região no entorno da Sapucaí era escura, chegava a dar medo, mas nos mantivemos juntas.

Não, não éramos conhecidas(a maioria), não fizemos excursão e aceitamos o mesmo desafio: passar o verão no Rio de Janeiro em um hostel. Umas estavam sozinhas como eu, outras em grupo, mais juntamos tudo e nos divertimos e melhor, criamos um laço super legal: A Amizade.

Hoje, dezembro de 2014 não estamos tão próximas geograficamente, estamos perto com o coração... Algumas se reencontraram no decorrer do ano... e quem disse que em pleno século XXI perde contato? Whatsapp esta aí para isso. Temos um grupo que criamos ainda no Rio e por sinal não tem nome. Quem nomeia ele é a vida, é o cada uma de nós passamos, seja momento alegria, de aperto, aniversário, conquista, novidades, alguém vai lá e renomeia como quem diz: não esquecemos de vocês, hahaaa. Não nos vemos todos os dias como os "amigos de perto", mas sabemos que em um algum lugar desse mundão de Deus tem algumas criaturinhas que torce por nós.

"Estou pensando bem em fazer uma viajem meio longa, um amigo como acompanhante, a distancia como mapa, e o tempo como data pra voltar!"

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Carta aos mergulhadores

Como todos os seres humanos, nascemos no coração da mãe-terra. Temos braços e pernas, respiramos oxigênio e nitrogênio que entra em pequenos pulmões. Passamos grande parte da nossa vida na posição vertical que nos dá uma maior autonomia e conforto na terra. Vistos superficialmente somos iguais a todos os seres humanos.a

Mas, analisando um pouco mais fundo, alguma coisa nos faz diferentes. Nascemos com os olhos acostumados ao azul das águas. Temos um corpo que anseia pelo braço do mar e um pulmão que aceita grandes privações de ar apenas para prolongar a nossa vida no mundo azul.

Somos homens e mulheres de espírito inquieto. Buscamos na nossa vida mais do que foi dado. Passamos por grandes provas para nos aproximar dos peixes. Transformamos nossos pés em grandes nadadeiras, seguramos o calor do nosso corpo com peles falsas e chegamos ate a levar um novo pulmão em nossas costas. E tudo isto para quê? Para podermos satisfazer uma paixão, um sonho. Porque nós, algum dia, de alguma forma, fomos apresentados a um mundo novo. Um mundo de silêncio, calma, mistério, respeito e amizade. E esta calma e silêncio nos fizeram esquecer da bagunça e agitação do nosso mundo natal. O mistério envolveu nosso coração sedento de aventura.

O respeito que aprendemos a ter pelos verdadeiros habitantes desse mundo. Respeito esse que, só depois de ter sentido a inocência de um peixe, a inteligência de um golfinho, a majestade de uma baleia ou mesmo a força de um tubarão, podemos compreender.

E a amizade. Quando vamos até o fundo do mar, descobrimos que ali jamais poderíamos viver sozinhos. Então levamos mais alguém. E esta pessoa, chamada de dupla, companheiro ou simplesmente amigo, passa a ser importante para nós. Porque, além de poder salvar nossa vida, passa a compartilhar tudo que vimos e sentimos. E em duplas, passamos a ter equipes, e estas passam a ser cada vez maiores e mais unidas. E assim entendemos que somos todos velhos amigos mesmo que não nos conheçamos. E esse elo que nos une é maior que todos os outros que já encontramos.
E isso faz com que nós mais do que amigos, sejamos irmãos.
Faz de nós, mergulhadores.

Jacques Cousteau


FELIZ DIA DO MERGULHADOR!!!

domingo, 7 de dezembro de 2014

Os Tons Azuis de Arraial do Cabo - Parte 2

Continuando a aventura por Arraial do Cabo, um serviço oferecido por muitos barqueiros em lá é o circuito das prainhas, onde é feito a visitação das ilhas próximas a cidade, algumas com paradas para banho e outras somente visitacao. Eu não tinha em mente nenhum barco para fazer esse passeio, pensei em ir até o píer e entrar no primeiro que estivesse disponível. Porém quando eu estava voltando(sim, de manha) pra hostel e caminhava na praia dos anjos fui parada pela Viviane, uma barqueira que estava oferendo o pacote completo com visitação a todas as praias da região, incluindo a do Forno que normalmente não é inclusa. Sem ter o que questionar acabei aceitando o no horário marcado apareci na praia para embarcar, era por volta as 9 hs e a previsão para o retorno era as 13 hs.


A primeira parada foi na Ilha do Farol. Era uma das praias do circuito e é considerada a mais bonita da região. Não é pra menos, é o verdadeiro Caribe brasileiro. As águas com vários tons de azuis e ainda branquinha perto da areia. A areia da praia é branca e fina, o ruim foi que por causa dos ventos, era difícil ficar na areia seca pois quando batia no corpo chegava a doer a espinha(sem exageros), mas nada que estragasse o passeio. Conheci um goiano na embarcação e fizemos companhia um ao outro, sempre conversando, tirando foto, cuidando das coisas.



Fenda de Nossa Senhora e Pedra do Macaco
Foto: Arquivo Pessoal


A segunda parte da visitação foi a Fenda de Nossa Senhora, na verdade não foi uma parada, foi apenas para observaçao feito do próprio barco. Diz a lenda que o casal que se beija em frente a fenda nunca mais se separa. Bom, eu fiquei por fora disso, mas se é verdade ou não, so quem beijou para saber(hahahaha). Além de outras lendas que já contei no post da minha outra passagem por Arraial. Outra parte da observação é feita na Pedra do Macaco, tirei muitas fotos e alguns amigos disseram que não viram macaco nenhum, bem, mas para os olhos de um viajante apaixonado não tem contestaçao: Tem macaco sim. =D


Continuando o percurso passamos pelo Gruta da Lagoa Azul, pelo Farol novo e pela Cratera do Meteoro. A cratera do metoro tem algumas curiosidades: alguns dizem que um meteoro pequeno caiu ali e formou esse enorme buraco e que nesse buraco também foi esconderijo de Bin Laden no Brasil. Se e verdade eu não sei, mas que o lugar é lindo... isso não tem como negar. Assim como gruta, a água é azul e extremamente gelada, não me arrisquei a entrar com medo da profundidade. Tiramos algumas fotos e ficamos observando e voltamos para o circuito. 

O destino era das Prainhas do Pontal. Porém a emoção estava no meio do caminho. Enquanto seguíamos fiquei observando aquela imensidão do mar e pensando o quanto Deus é bom conosco, me proporcionando aquele momento maravilhoso e quando estava agradecida por ter chegado até ali. Ali senti sua enorme presença e a insignificância do homem. O coração ainda com saudade do menino que passei a noite anterior parecia não ser o mesmo, não pensava em nada além do ali e aquele momento. Meus pensamentos só foram interrompidos pela "montanha russa em forma de onda"que apareceu a nossa frente. Quem estava na parte da frente do barco como eu e as pessoas que conheci nos divertimos mais. Na subida a expectativa e na descida os gritos de "uhuul". Não vou negar, mas deu frio na barriga.


Prainhas do Pontal do Atalaia
Foto: Arquivo Pessoal
Passado a diversão chegamos as Prainhas do Pontal. Elas são um conjunto de praia na região uma colada na outra. Segundo a Viviane, a medida que o nível do mar cai, mais praias aparecem. Descemos e aproveitamos para fazer um lanche. Estávamos eu, o goiano e um casal carioca. Tiramos varias fotos em um morro de areia, nas escadas que davam acesso à trilha e por fim fomos nos divertir na água com muito banho.Saindo das prainhas do pontal a ultima parada era a praia do forno. Como ela tinha acesso a praia dos anjos pela trilha, dispensei o barco e fiquei por lá até a hora de voltar para o hostel e ir embora.Voltei pra casa, com muita tensão por causa do trânsito na estrada e horário do vôo... mas mais feliz do nunca. Adotei arraial do cabo como minha cidade do coração e tenho planos para voltar no ano que vem, no outro, no próximo, e sempre.Até Breve Arraial.

Até breve Arraial
Foto: Arquivo Pessoal


Os tons azuis de Arraial do Cabo

Arraial do Cabo me encanta. Desde que decidi conhecer esse lugar tinha a certeza que não ia decepcionar. Já estive lá duas vezes em um ano. A primeira delas foi em fevereiro desse ano. Eu estava hospedada na cidade do Rio de Janeiro e fui apenas para passar o dia. Quando decidi voltar, decidi ir apenas a essa cidade, nem que fosse um fim de semana. O planejamento começou em agosto com a compra das passagens. Depois fui pesquisando os demais.
Comprei a passagem de ônibus para ir do Rio até lá. Iria descer no Aeroporto Santos Dumont e as 2:30 o pegaria no Aeroporto Galeão com destino a São Pedro da Aldeia. Esse translado não é exclusivo até arraial do cabo e sim para Buzios, porém faria uma parada em São Pedro e de lá eles disponibilizariam um veículo com motorista para me levar até meu destino final.
Desembarquei as 22:30 e com tempo de sobra, passei na região da Lapa para curtir um pouco da vida noturna do lugar e também por que era caminho até a próxima parada. Curti uma roda de samba, tomei uma cerveja e fui para o aeroporto. A empresa foi pontual para me buscar e com tudo certo, segui caminho até Arraial, onde chegaria as 05:30 da manhã. Chegando no hostel apenas guardei minhas coisas e segui para a beira da praia acompanhar o amanhecer. Ventava muito na região então fiquei na areia molhada da praia dos anjos só observando e mantando a saudade que eu estava de lá. Na região, muito azul das águas e do céu, o meu cenário preferido.

No mesmo dia às 08 da manhã embarquei do píer com a Embarcação Anequim e fui rumo ao mar lhe dar um abraço. Em volta tudo é lindo e azul. Ainda conheci o azul mais profundo de Arraial do Cabo através do mergulho. A mesma atividade que me da paz e tira de mim todo e qualquer peso externo, seja pela rotina ou pelo dia-a-dia. A sensação de conhecer o novo me deixava inspirada. Vi espécie de peixes que jamais imaginei e que realmente, ali parecia um aquário de pequenos porém majestosos animais. Lá no fundo a cor é tudo azul, a visibilidade boa e a tranquilidade e empolgação é visível nos olhos de quem mergulha no mar pela primeira vez.
Mergulho em Arraial do Cabo
Foto: By Fish Mergulho


Depois do mergulho pausa para descanso, certo? Errado! Com minha bolsinha nas costas peguei uma trilha que dava a Praia do Forno. É o único acesso a ela além de barco. O legal é que quando se está no alto da montanha temos a vista de Arraial do Cabo e da Praia dos Anjos. Atravessando a montanha, temos a vista da Praia do Forno, como só havia visto na internet. Sabe aquela frase "Não acredite no que os outros dizem, vá lá ver"? Foi assim que pensei. Tirei o resto do dia para aproveita-la e no final ainda comprei um arroz doce de uma barraquinha perto da trilha.
Foto: Arquivo Pessoal
Praia do Forno
A Praia do Forno é a mais bonita de Arraial do Cabo e pra se chegar até ela deve ser de barco ou pela trilha que fiz pela montanha. Lá tem pequenas barraquinhas com comidas e um rapaz que aluga snorkel e nadadeiras. Além do restaurante flutuante mas para chegar até ele, somente de barco, e sempre cobram uma taxa extra.