terça-feira, 8 de dezembro de 2015

A dor e a delícia de fazer a Patagônia por Terra

Fazer a Patagônia por terra era um dos sonhos que pretendia realizar. Claro que adoraria ter pego um veículo 4x4 e sair de Ushuaia e ir até o Alasca, mas como não foi possível (ainda) optei por uma viagem simples, apenas de Ushuaia a; El Calafate.
Foi uma grande experiência, não é fácil botar a mochila nas costas, sair sozinha, bater no peito e falar “Eu Vou”’, isso envolve também um planejamento, pesquisa e coração leve.

Tempo de percurso.
É interessante ter em mente o tempo de percurso, para se ter noção de quando ira chegar ao destino. A minha de ônibus a viagem durou 30 horas, contando as 5 horas que o ônibus ficou parado esperando a balsa sair do continente para a ilha, 8 horas de descanso a noite para aguardar o ônibus até o dia seguinte. Se tiver sorte, conseguira fechar com 17 horas, o que é o previsto.

Condições adversas da estrada.
A Rota 40 tem um asfalto impecável, mas atenção na estrada é essencial, sempre.


Ruta 3 - Patagônia Argentina - Ushuaia
Foto: Arquivo Pessoal

O percurso
Ushuaia fica em uma ilha e para chegar (ou sair) dela é preciso atravessar de balsa para o continente. 

A fronteira
A travessia da balsa do Estreito de Magalhães fica no Chile, para atravessar, vai precisar passar pelas imigrações, tanto da Argentina quanto do Chile. Fique atento quanto aos produtos de origem animal e vegetal. 

Distração
Viagens de ônibus em mochilões poderão serem cansativas, observar a paisagem, ler um livro, ouvir música, jogos, revistas… eu tinha tudo em mãos para caso o tédio chegasse. Até livro para praticar inglês e espanhol eu levei, e fui muito produtivo.

Coração Leve
Pensar que está viajando pela Patagônia, realizando um sonho seu é a certeza de que a paz existe e que pode ir tão longe quanto possa imaginar. Seguir o curso do coração foi uma das melhores decisões que tomei até hoje, claro que sempre acompanhado da razão.

Viajar(eu prefiro mochilar) pela Patagônia é incrível... um sonho. E é acessível desde que feito com planejamento. Vale a pena fazer aquela economia durante o ano, passar horas pesquisando, viajar de ônibus, carro, avião, balsa... Ufa, já estou planejando para voltar.

Quer saber mais da Patagônia? Fique de olho nos próximos post.


Até mais!

Glaciar Perito Moreno. Vista da trilha para o início do Trekking.
Foto: Arquivo Pessoal



terça-feira, 17 de novembro de 2015

Ushuaia - A cidade dos meus sonhos

Retornei para casa depois de longos 15 dias de viagem e confesso que ainda não sai dela. Foi uma viagem magica, com direito a muitas aventuras, com ar rarefeito, temperaturas baixas, sensação térmica abaixo de zero, mas nenhuma dificuldade ou novidade foi suficiente para desanimar essa aventureira.
Além de tudo foi uma grande surpresa ver que meu corpo e organismo reagiram bem as condições adversas e as baixas temperaturas dessa viagem.
Esse post vou falar exclusivamente de Ushuaia, a cidade que mais me encantou nessa trip. Eu acredito que tenha sido o conjunto: a cidade, boa hospedagem, localização, variedade de atividades, clima, pessoas, etc...


Como Chegar

Chegada a Ushuaia
Há três formas de se chegar em Ushuaia: avião, por terra ou pelo mar. Eu tive duas experiências: Quando fui fiz de avião, a viagem durou cerca de 17 horas, incluindo o tempo de espera entre os voos, que foi o trecho Cuiabá - São Paulo - Buenos Aires - Ushuaia. A viagem foi tranquila, o trecho mais longo é o de Buenos Aires - Ushuaia.






A segunda experiência eu havia planejado ir de Ushuaia a El Calafate por terra, de ônibus, e assim a fiz. Foi uma viagem extremamente cansativa pois teve imprevistos no caminho. Ushuaia fica na Província da Tierra Del Fuego, que está em uma ilha. Para sair dela (ou entrar) é preciso atravessar a fronteira com o Chile (com direito a imigração, aduana e tudo mais), atravessar o Estreito de Magalhães de balsa, atravessar a fronteira novamente e seguir viagem. Eu considerei o Estreito de Magalhães a parte mais difícil de toda a viagem pois tivemos que aguardar por 5 horas para que as balsas saíssem do continente e fosse para a ilha fazer os embarques para o sentido oposto. 

Estreito de Magalhães
Nas primeiras horas que o ônibus ficou esperando a balsa consegui me distrair com músicas, jogos, livros, dormi… depois de um tempo, nada mais prendia atenção e 1001 pensamentos rolaram minha cabeça. Minha primeira dificuldade apareceu nesse momento: perdi o controle emocional. Chorava intensamente imaginando ficar ali presa longe de tudo, há 9 horas de Ushuaia, longe de casa, da família, da minha mãe… Eu tenho isso como dificuldade porque quando se perde o controle emocional, você deixa de usar a razão para pensar e tomar decisões, isso faz muita diferença principalmente quando se está sozinho e você é responsável pelos seus passos. 

Consegui me recuperar 4 horas depois de atravessar o estreito e retomei a viagem com os pés no chão. Chegamos em Rio Gallegos quase meia noite e a empresa do ônibus alocou eu e os demais passageiros do ônibus em um hotel da cidade para passar a noite e no dia seguinte trocar a passagem e seguir nossas viagens. A minha seria as 09:00 da manhã.

Cambio e Moeda

Se você ler esse post em 2050 acredite, na Patagônia, principalmente Ushuaia é uma cidade cara. Uma alternativa para garantir a viagem foi fazer a troca da moeda pelo câmbio paralelo, foi muito vantajoso. Como não é uma maneira legal para se fazer cambio não vou divulgar o nome dos lugares para evitar exposição. Caso alguém tenha interesse, pode entrar em contato comigo pelo formulário de contato que passo onde fiz a troca em Ushuaia.

O que fazer

Ushuaia tem diversas atividades e atrações, para todos os gostos. Eu como sou do tipo aventureira, optei pelas mais radicais. Fechei as com o Brasileiros em Ushuaia, agencia de turismo especializada em brasileiros, que além de organizar também me deu várias dicas sobre a cidade.

Laguna Esmeralda
No post seguinte vou detalhar melhor as atividades, elas merecem um artigo só para elas. Como era primavera, não pude aproveitar as grandes atrações com neve que só tem até o final da estação, mas consegui fazer outras tão legais quanto, como: Trekking Laguna Esmeralda, Trekking Glaciar Martial, Parque Nacional Terra do Fogo, Navegação pelo Canal Beagle, 4x4 Região dos Lagos.

Onde ficar

Ushuaia tem várias opções de hospedagem e eu fiquei na que mais gosto: em um hostel(ou albergue como é mais conhecido por alguns). Escolhi o Antártica Hostel. A princípio fui pela boa localização e bom preço, mas o conjunto dele é bem legal: estrutura boa, quartos arejados e com aquecedores, banheiro amplo e limpo, cozinha com muitos vasilhames e sala de estar bacana. Valeu cada dia que passei por lá.
Além do mais, conheci várias pessoas do Brasil e do mundo que hoje carrego no meu coração com muita saudade e com boas lembranças. O Antártica Hostel foi responsável pelas nossas maiores risadas. 

Antartica Hostel

Onde comer

Para a refeição eu variava: as vezes eu cozinhava no hostel e quando ia comer fora, era alguma coisa típica da região. Uma delas foi o cordeiro patagônico, onde experimentei no restaurante La Estancia.
Outro lugar que recomendo é o restaurante Andino, que fica na San Martin, esquina com a 25 de mayo, onde comi um filé de frango muito bom no dia do Mega Tour do Brasileiros em Ushuaia, com direito a bullying por causa do Corinthians. E ainda tivemos direito a café após o prato principal.

Noite em Ushuaia

Apesar da cidade ser fria, ela possui vários lugares e estabelecimentos que funcionam a noite e que são muito bacanas. Um deles é o Dublin e o Viagro. Vale a pena conferir caso vá para lá. Eu conheci os dois e adorei.
E antes de mais nada, o preço da cerveja é salgado, melhor ficar atendo para não ter surpresas.
Para driblar o alto preço da cerveja de Ushuaia, eu e outros colegas brasileiros fazíamos a rodada da vez, cada rodada um colega ficava responsável por patrocinar uma cerveja, e a medida deu certo. Bebemos muuuuuito. Até quem era visita entrou na roda.

Observações e dicas:

  • Nos supermercados da cidade não dão sacolas plásticas, você precisa levar a sua reciclável para realizar compras. Eu comprei uma reciclável e algumas vezes que esquecia de leva-la, guardava as compras na mochila mesmo. 
  • Dependendo da estação, o dia será mais longo que a noite, isso acontece na primavera e no verão, portanto terá muito tempo para aproveitar a cidade e a região nessas estações. 
  • Ushuaia é muito limpa e organizada. Contribua para que ela permaneça limpa.
  • Se for chegar a cidade por terra, procure atentar-se as estradas dependendo da estação e vá com tempo e paciência. Para chegar (ou sair) até ela é preciso atravessar fronteira, o que obrigada TODOS a passarem pela imigração e Aduana.
  • Em relação ao câmbio, recomendo levar em espécie dólar ou real e fazer a troca lá, ou, caso passe pela cidade de Buenos Aires antes, melhor ainda para trocar. Outro detalhe que os estabelecimentos aceitam a moeda local peso argentino e alguns (poucos) aceitam dólar e real, na dúvida, pergunte antes se aceitam ou não pergunte antes.
  • Evite fazer a troca da moeda por pesos quando está próxima ao fim da viagem, voltar com peso argentino para casa não é legal.
  • Se for fazer mochilão, atente-se as compras e peso na mala. Lembre-se que tudo que vai na sua mochila terá que carregar nas costas. Eu comprei 3 garrafas de vinho e voltei rastando a minha.
  • Uma dica muito interessante também é consultar o site TripAdvisor para quando for escolher um local para viajar, hospedar, comer, etc... nele tem dica dos viajantes, pontos positivos, negativos, notas... ajudam muito na escolha. E melhor que isso, quando retornar de uma viagem, avalie por lá os locais que você passou, assim você ajuda também outros viajantes.
Esse foi apenas um dos relatos da minha passagem por Ushuaia. Nesse outro post Ushuaia - Mochilão 2015 conto quais e como foram os passeios que fiz na cidade. Espero que tenham gostado.

Links
Brasileiros em Ushuaia: http://www.brasileirosemushuaia.com.br/

domingo, 15 de novembro de 2015

Balanço do Mochilão 2015 - Ushuaia, El Calafate e Buenos Buenos Aires

Esse foi a minha primeira viagem para um pais do exterior e principalmente meu primeiro mochilão. Confesso que a experiencia foi incrível, renovadora e muito divertida. Apesar de alguns contratempos, imprevistos e coisas mais, consegui chegar em casa de volta com tudo o que queria ter feito e uma lista para voltar para fazer.


  1. Ushuaia é mais bonita do que se parece nas imagens da internet.
  2. Viajar para Ushuaia é cansativo, especialmente se você não esta saindo da potencia São Paulo pois é necessário conexão em São Paulo e Buenos Aires.
  3. Se vai viajar por terra, prepare musicas para ouvir, livros para ler, qualquer coisa para distrair e espirito para suportar os possíveis imprevistos. Ushuaia fica uma ilha e para chegar por terra ate ela, precisa atravessar o estreito de Magalhães, a fronteiro do Chile e tudo mais.
  4. Trocar reais ou dólar pelo cambio paralelo é vantajoso.
  5. Na patagônia, tanto Ushuaia como El Calafate são cidades caras, então prepare muito peso argentino(dinheiro).
  6. O cabo do carregador do ipod ficou com mal contato mas consegui comprar um novo no Aeroporto de Guarulhos, para salvar o balanco da viagem.
  7. Comprar no free shop é muito maneiro, mas é bem ficar por dentro das cotações da moeda antes de esbaldar.
  8. Tive mais dores de joelhos do que o comum depois do minitrekking no Perito Moreno.
  9. Troquei uma viagem de 1 hora de avião por 17 de estrada, que no final totalizaram 30 horas.
  10. Me virei com o inglês e espanhol. Mímicas, desenhos, gargalhadas e a comunicação ficava cada vez melhor.
  11. Ushuaia foi a minha cidade favorita dessa viagem. O conjunto foi sensacional. Conto detalhes nos próximos posts.
  12. Os ventos de El Calafate deixaram o hostel com cara de filme de terror.
  13. As cervejas são muito caras na patagônia e os imas de geladeira também. Por isso escolhia sempre a cerveja.
  14. Buenos Aires é uma cidade linda e imensa. E os corredores exclusivos para ônibus funcionam. Uma ideia maneira para Cuiaba(se não tivessem escolhido o VLT).
  15. Fernert é a bebida do momento(ano 2015) na Argentina. Vale experimentar.


Tenho muita coisa legal para contar de cada cantinho que eu passei. Entre dicas, detalhes, espero que possa ajudar aqueles que pretendem ir par la.
Volto para casa com a sensação de viagem cumprida, o coração leve e com a certeza de que posso ir mais longe do que posso imaginar. 



Limitar, é coisa da minha cabeça.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

A cilada do Hostel

Sempre que converso com alguém sobre viagens, me perguntam sobre como é ficar em hostel. Essa semana inclusive duas amigas queriam opiniões e achei legal então abordar esse assunto aqui no blog.

Bom, para começar não sou nenhuma especialista em hostel ou hospedagens, hotéis 5 estrelas ou acampamento, eu fico onde me sinto confortável suficiente, tenha lugar para dormir e guardar minhas coisas, portanto em algumas dicas alguém pode se encaixar ou não. Até então, não fiquei em nenhum que possa dizer que foi horroroso, tem aqueles que eu voltaria toda vez que fosse para aquela cidade e outros que nem pagando para mim eu iria de novo.
  1. Quando fui para São Paulo com uma amiga em agosto de 2014 ficamos em um hostel na Vila Mariana. No site parecia lindo, bonito e cheiroso. Mas pessoalmente…. O quarto era pequeno, o menor de todos que já fiquei, o banheiro era único por andar, não havia feminino e masculino, havia até fila no corredor para poder usar. Sem contar na barata morta que aprecia no meio do banheiro.
  2. No rio de janeiro em 2014 fiquei em um hostel em Ipanema muito simpático: ficava em frente a uma cervejaria, duas quadras da praia, na quadra ainda tinha vários restaurantes, o banco e a feira eram perto. O recepcionista da madrugada era um carioca gente fina e o café da manhã era ao som de Jack Johnson… Tudo perfeito. Exceto pela cozinha. Uma colega de quarto disse que encontrou, mas que não valia a pena cozinhar pois era pequena e não tinha muitos vasilhames.
  3. Ainda na viagem do Rio de Janeiro em 2014 troquei o hostel de Ipanema por um em Copacabana… parecia 5 estrelas, juro. Apesar de ter 14 camas no quarto feminino, era grande, arejado e limpo. O banheiro estava sempre limpo e o chuveirão forte. Também nele a cozinha era grande e com muitas peças. No terraço ainda tinha uma piscina enorme e churrasqueira. Por 2 vezes na semana(dependendo da temporada) havia churrasco organizado pelo próprio hostel. Além da boa estrutura, conheci pessoas de vários lugares de Brasil e do mundo e hoje tenho grandes amizades que carrego e reencontro desde essa hospedagem.
  4. Quando fui para Ilha Grande não tive muita opção para escolher o hostel pois comecei a organizar encima da hora e por isso a maioria já estava lotada. O Hostel era pequeno, os quartos não haviam armários e as coisas ficam ou no chão trancadas na mala ou na cama. O legal de lá é que o café da manhã era farto, a cozinha grande, tinha chuveiro quente, toda noite tinha festa e a caipirinha serviam 2 por R$10.00. Valeu a estadia, mas não volto.
Ainda tenho uma lista de hostel que já passei que poderia descrever aqui, mas para ter boas experiências não basta ter apenas relatos, é necessária atenção nas pesquisas e organização.
  • Sempre que pesquisar sobre o hostel, verifique nos sites de viagens (Booking, decolar, trip advisor, etc) as avaliações de quem já foi. Ajuda muito na escolha. De repente bom preço não vale   tanto assim.
  • Pesquise com antecedência, assim como eu não fiz uma boa escolha quando fui para Ilha Grande, planejar encima da hora pode te deixar sem boas opções disponíveis. Isso pode acontecer muito em cidades turísticas. Já tive situações onde cheguei na cidade no fim da tarde e resolvi ficar para dormir, pedi informação na rua e uma pessoa me indicou um... por sorte consegui a última vaga e o hostel era nota 10. Sorte.
  • Evite chegar a noite ao seu destino. Se você chega durante o dia ao hostel e não gostar, ainda tem a oportunidade de voltar atrás e escolher um outro local. A noite isso se torna inviável.
  • Verifique a localização. Veja se o que necessita fica próximo ou é de fácil acesso saindo do hostel, como por exemplo bancos e supermercados.
  • Escolha o quarto de sua preferência. Existem os coletivos mistos, separados por sexo, os quartos duplos e individuais. Eu particularmente prefiro os coletivos, é uma boa opção quando se viaja sozinho para fazer novas amizades.
  • Leve sempre seu cadeado e chave. Os hostels (a maior parte deles) oferece o armário mas sem trancas. Alguns alugam o cadeado, mas vale levar o seu sempre.
  • Leve “T” e/ou extensão e adaptador de tomada. Nem sempre eles possuem tomadas individuais, o que pode deixar você sem carregar algumas de suas peças.
  • Leve o coração leve, esteja aberto a conhecer novas pessoas, de diferentes lugares do mundo e diversas culturas.
  • Leve também espírito aventureiro. É difícil encontrar “Hostels 5 estrelas”, por isso vai aprender a dividir espaço com desconhecidos, com pouco requinte e até pouco conforto... mas pode acabar gostando.
  • Respeito sempre. Não esqueça de dividirá espaço com pessoas que tem costumes diferentes e nem sempre são como os seus.
Espero que essas dicas lhe ajude na sua escolha. Ah, e não se assuste com a imagem do post inicial, é do filme Hostel, não tem nada de assustador. Hahahaha

Até a próxima!


quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Porque Patagônia?

Quase na hora de partir...


Daqui a uns dias chega minha tão sonhada viagem: Patagônia Argentina. Mais uma vez pego vôo e estrada sozinha, mas com algumas pessoas no caminho para reencontrar.

No início do ano quando retornei do Circuito SP - Rio, comecei a pesquisar sobre as minhas opções de viagem para este ano. A princípio teria duas para dentro do Brasil para realizar mergulho, um deles no estado vizinho - Mato Grosso do Sul, mas comecei a perceber que as viagens para dentro do país estavam saindo mais caro do que para fora, então voltei a atenção para o exterior, mais precisamente a América do Sul... dentre uma opção e outro optei pela Argentina.

Pesquisando mais sobre a Argentina, minha primeira opção foi Bariloche, mas que logo perdeu minha atenção quando vi Ushuaia e El Calafate. A primeira parecia em tão tão distante(e realmente é) e a outra com imensos Ice Bergs, coisas que só vemos em filmes de aventura.

Aprofundando os estudos sobre ela, vi o quanto era diferente dos lugares que já conheci: Ushuaia, a capital da Terra do Fogo Argentina é a cidade mais austral do mundo e a mais próxima da península antártica. A localização de Ushuaia é tão peculiar que a cidade está mais próxima da Antártica do que da capital de seu país, Buenos Aires. O fim do mundo, como é conhecida, apesar de ser uma expressão sombria e feia, a cidade na verdade dizem que é bonita, aconchegante e gelada. Inclusive, uma das razões da escolha é pela cidade ter neve, ser muito, muito frio(o oposto de onde vivo), e também pela oportunidade de fazer os esportes que gosto(trekking, trilha, barcos, etc) em lugares com baixa temperaturas.

Sorte ou pesquisa, optei por ir no mês de Outubro. Primeiro porque foi a opção de escolha para tirar as férias no trabalho e segundo porque pegaria o final do Inverno e começo da Primavera. Nessa estação e também no inverno, dizem que os dias têm mais horas de sol, chegando a haver mais de 17 horas de sol nos dias mais longos do ano.

Aproveitando a passagem por Ushuaia, vou subir um pouco o mapa e conhecer El Calafate. Além também oportunidade de realizar os esportes que gosto em baixa temperatura, também em El Calafate tem dois pontos magníficos da América do Sul: o Lago Argentino e o majestoso Perito Moreno. Eu, é claro, não poderia deixar de conhecer.

E para fechar com chave de ouro, uma passada por Buenos Aires, a capital do tango, para além de um tour, visitar uma querida amiga argentina, Cecília.

Por enquanto fico na expectativa, a viagem começará no dia 25/10/2015 quando parto de Cuiabá e dia 26/10/2015 quando desembarco em Ushuaia e retorno no dia 09/11/2015. 

Quando retornar, conto tudo sobre cada cantinho que eu visitar.


Até Breve!!



terça-feira, 7 de julho de 2015

Onde está a Felicidade?

Dia desses eu estava pensando em alguns dos momentos da minha vida. Alguns em casa com a minha família, viajando, outros na escola ou no trabalho. E pensei onde será que está a felicidade?

Um dia estava em um acampamento e depois de um longo dia de trilha decidi tomar banho. Peguei meu "saquinho" de higiene pessoal para acampamentos onde fica o sabonete, escova de dente, creme dental e joguei a toalha no ombro. Olhei para um lado e para o outro pensando onde poderia estar o banheiro. Perguntei a um colega e ele disse: Olha, ali tem uma torneira, baldinho e caneca. Só juntar tudo e ir pro matinho, ou então, ali no fim da trilha tem o rio, se quiser pode tomar banho lá. Na hora pensei na água fria mas mesmo assim fui. Chegando na beira do rio dei um pulo e tomei meu banho naquela água limpa, cristalina e gelada… Nunca pensei que um banho frio de rio fosse tao restaurador… ah, como fui feliz.

No início desse ano cheguei ao hostel em que ia ficar hospedada em Ilha Grande para me instalar para os próximos 4 dias. Logo que entrei no quarto pensei: Droga, devia ter vindo com um plano B. Ele era pequeno e tinha duas treliches: uma beliche de três camas(para entender melhor) e a primeira cama dela ficava a um palmo do chão, imaginei que ali deveria ser horrível para dormir e sentar… E foi justamente nessa cama que fiquei. Não havia gavetões, nem armários e as coisas tinham que ficar na mala ou no chão entre o pouco espaço que restava. Com o passar dos dias e horas na região já tinha andado pela Vila, conheci as praias mais bonitas, localizei a escola de mergulho que queria, mergulhei no lugar que considero mais lindo de todos que já fui, tomei café da manha com os passarinhos, acordei desnorteada com o barulho da galera que entrava no quarto quando começou o horário do silêncio do hostel, conheci trilhas lindas no Parque Estadual, fiz novos amigos e até dancei reggaton da Argentina, ja nem lembrava da treliche... ah, como fui feliz.

Um dia tinha acabado de voltar do mergulho também em Ilha Grande. Estava com frio e queria muito tomar um banho quente no chuveiro. Quando liguei percebi que a água não esquentava e entao me vesti de novo e chamei a recepcionista. Ela olhou, ligou para um eletricista e disse que ele iria demorar para ir consertar, mas se quisesse banho quente poderia usar o banheiro da cozinha. Pensei bom, se água é quente... perfeito. Antes de entrar , ela me avisou: só está meio entupido o ralo e a água demora a escoar, não abra muito o chuveiro. Na hora pensei em desistir mas a água era quente, isso que valia. Entrei, banhei, liguei o chuveiro bem forte e água parou no meu tornozelo. "Aqui água é quente" - era só o que eu pensava... ah, como eu fui feliz.

Dia desses consegui consegui comprar a passagem para viagem que queria fazer esse ano. Quando o site terminou de processar o pagamento e recebi a confirmação via sms e e-mail, senti meu sangue ferver no pé e nas pontas dos dedos e começar a subir meu corpo, quando chegou na cabeça dei um pulo tão alto de alegria... ah, haha, como eu fui feliz.

Na verdade não fui feliz em um momento ou outro. Ou mais em um e menos em outro. Sou feliz sempre e com a mesma intensidade, o que muda é a ocasião. As vezes vendo o pôr-do-sol na volta pra casa, deitada no colo da minha mãe assistindo TV,  ouvindo as piadas que meu pai conta, tomando uma cerveja com os amigos, me arrumando para ir pra balada com as amigas, resolvendo um problema no trabalho... A felicidade não está nas coisas que compramos e sim nos momentos que vivemos e isso eu aprendi da melhor forma: Vivendo. 



quarta-feira, 11 de março de 2015

Paraty - Rio de Janeiro

Paraty é sem sombra de dúvidas a cidade mais fofa da Costa Verde. É bonita, organizada, limpa, muuuita histórica. Apesar de ter chego em um final de tarde e ter passado a noite fiquei encantada pelo lugar.

A cidade é pequena, tranquila e um tanto diferente. A história é visível logo que se chega na entrada do centro histórico, conhecido como centro velho. As ruas são de pedras irregulares e os acessos são cercados com correntes, não permitindo assim o acesso de carro. Dizem que é para a preservação da história e da calçada.

Eu não perdi muito tempo e logo que cheguei já peguei minha sacolinha e sai para conhecer um pouco de lá. Antes, quando cheguei na rodoviária e fiquei sem noção do que faria na cidade, um senhor se aproximou e perguntou se precisava de ajuda. Falei sobre o que eu precisava e ele me indicou alguns pontos da cidade... onde podia encontrar hostel, centro histórico... A cidade por ser pequena e na localização que eu estava era tudo muito fácil, prático e perto. Não demorou para eu conhecer toda a região.

Conheci o cartório, as igrejas Matriz, Nossa senhora do Rosário e São Benedito. Ainda passei nas lojas de artesanatos e uma loja chamado Museu da Cachaça, que por sinal, não me deixaram sair de lá enquanto não provei uma dose das quatro que comprei.





Por fim a noite na cidade ficou por conta de uma musica ao vivo em um dos bares ao lado da Igreja Matriz. E se pensa que acabou... na volta para o hostel, ainda fiquei conversando e bebendo caipirinha com um gringo, o Martin da Bulgária e o Mateus, amigo dele porém paulista e muita festa argentina.


Foi uma passagem discreta por Paraty, o meu roteiro não me permitiu conhecer Trindade... mas para esse lado eu tenho uma certeza: EU VOLTO!!!

Saiba mais sobre o centro histórico de Paraty
http://www.paraty.com.br/centro_historico.asp

Como cheguei em Paraty:

Hospedagem: Che Lagarto Hostel
Translado São Sebastião > Caraguatatuba > Ubatuba: Ônibus circular da Litorânea.
Translado Ubatuba > ParatyPeguei ônibus na rodoviária DE Ubatuba, não lembro o nome da empresa.

quinta-feira, 5 de março de 2015

Ilhabela - São Paulo

Antes de começar a falar de Ilhabela, queria deixar um agradecimento às pessoas. Sim, aquelas que me ajudaram com informação, aprendizado, companhia e a viagem e claro. Aprendi que existem lugares onde a internet do meu celular pode não funcionar, e isso é de deixar uma pessoa acostumada com a tecnologia literalmente perdida... E pode parecer antigo as mapas e anotações podem ajudar nessas horas.

Bom pra começar, minha ida a Ilhabela começou com imprevisto. O voo que saia de Cuiabá para São Paulo chegou atrasado em Cuiabá e acabou culminando em uma cascata de atrasos: saída de Cuiabá, chegada em Guarulhos e atrasada para o ultimo ônibus que saia para São Sebastião. Sem desanimar, arrumei um jeito de passar a noite em São Paulo e na manha de sábado consegui o primeiro ônibus para São Sebastião.

No sábado nao curti muito o trajeto. De tão cansada só consegui me manter acordada ate São Jose dos Campos. Depois disso me lembro de alguns vagos momentos de abrir os olhos e ver que estávamos em uma serra, parecia que o ônibus andava em círculos, em volta de uma montanha e com um precipício do lado. Se não estava sonhando, foi exatamente assim parte do percurso ate Caraguatatuba.

De Caragua (como e conhecida) já não consegui dormir mais por que já comecei a ver o mar. Era tudo azul e branco. Branco da cor do nevoeiro que cercava a região. Mas não tirou a beleza.
Chegando a São Sebastião, o ônibus iria ate a entrada da balsa para Ilhabela. Logo que encostou, desci correndo e ainda consegui entrar em uma que estava saindo.

Primeiras Impressões

Era muito diferente. Andar sobre um objeto navegante com vários carros encima, sob um nevoeiro era incrível. Aos poucos o nevoeiro ia passando e conseguia ver a ilha. Parecia linda. E realmente era.
Peguei um taxi na saída da balsa ate o hostel e no percurso já pude perceber o quanto a cidade era colorida. Flores de todas as cores, verde, limpa e organizada. Fui me localizando quantos aos bancos, supermercados, restaurantes...

A ciclovia

Depois de guardar as coisas no hostel, saí para caminhar e encontrei um quiosque que alugava bicicleta. A cidade, desde a entrada ate a ponta da ilha, tem uma ciclovia. É claro que precisa de disposição para percorrer toda ela. Eu fui tranquila, andei da Praia do Perequê  ate a Vila, centro histórico da cidade.
E se você que esta lendo for para lá fique esperto. Não confunda ciclovia com calcada. Apesar de ser confusa e ambas se cruzarem no caminho, se estiver caminhando pela ciclovia e for atropelado, a culpa e sua rsrsrs.

A Vila

Frequentei a Vila ainda no sábado e na segunda feira a noite. É pequena e charmosa. Conheci a pequena igreja do local e algumas casas de artesãos. O que eu gostei foi de uma casa de jogos, com fliperama e outros brinquedos que só se encontra no shopping. Foi divertido parar lá, ate esqueci que já tenho mais de 20 poucos anos.


Vida Noturna

Ilhabela não tem balada, daquelas que tem em São Paulo ou no Rio. Nem mesmo como Cuiabá. Ela tem muitos barzinhos, tanto na vila quanto na praia do Perequê. Eu gostei de um que toca rock ao vivo. Não lembro o nome do lugar. Conheci através de um colega que conheci no mergulho que, além de me indicar, também me acompanhou para conhecer. Polenta se você estiver lendo isso, prometo que ainda volto para nós bebermos whisky hahaha.

Praias e Passeios

As praias de Ilhabela são bonitas e com ondas leves. É legal para relaxar. Só achei ruim porque olhando de fora era linda, mas em algumas delas quando eu entrava na água sentia que pisava na lama... o que a deixava suja e amarela.
Além das praias, tem muitos passeios que são ofertados e/ou recomendados pelo hostel, inclusive cachoeiras e passeios de Jipe. E detalhe, leve sempre dinheiro nos passeios, pois nem todos aceitam cartão.

Estilo

Ilhabela é uma cidade turística, mas não chega a ter um grande numero de turistas. Eu encontrei a maioria na Vila. O hostel que normalmente é comum encontrar muitos também pôde contar no dedo. A maioria das pessoas que conheci ou eram da grande São Paulo ou era do interior... de São Paulo. Eu me senti uma criatura perdida no meio de tão poucas pessoas de férias. A cidade é mais voltada para a burguesia paulista do que para turistas.

Mergulho

O mergulho será detalhado em outro post.


Enfim... 

Ilhabela é uma cidade tranquila, tanto para descansar quanto para curtir, passear. É bonita, segura e colorida. Gostei dessa passagem por lá.

Vou deixar algumas dicas de onde passei e o que precisei para chegar ate lá, saindo de Guarulhos.

Hospedagem: Hostel Bons ventos
Mergulho: Narhwall Ilhabela
Translado: Aeroporto de Guarulhos > São Sebastião (Estação da Balsa de Ilhabela) - Litorânea
Translado: São Sebastião (Estação da Balsa) > Ilhabela
O acesso a Ilhabela é de balsa que para pedestres não é cobrado taxa. Para veículos, consulte valores no site da Dersa, administradora da balsa.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

De Cuiabá á Ilha Grande

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Não foi uma viagem super planejada, não comecei a pesquisar com 3 meses de antecedência, mas foi melhor de todas as que já fiz. E a mais corajosa devo assim dizer. Comecei a planejar um fim de semana para Ilhabela no início de dezembro. No início de Janeiro tudo mudou, acabei conseguindo a semana inteira de folga e decidi estender a viagem.

Foto: Arquivo Pessoal
Cancelei a passagem de volta do dia 01/02 e comprei para dia 07/02. A ida: Cuiabá - Guarulhos e a volta Rio de Janeiro - Brasília - Cuiabá. Não planejei nos mínimos detalhes como faria esse percurso, quantos dias ficaria em cada lugar que eu passasse. Não usei GPS, Maps, e tudo mais. Segui meu coração com apenas um mapa físico nas mãos. Além das passagens, o que tinha deixado organizado era a passagem de ônibus de Guarulhos para São Sebastião(que por sinal eu perdi) e os horários dos ônibus para fazer o percurso: São Sebastião - Caraguatatuba - Ubatuba - Paraty - Angra dos Reis - Ilha Grande. Ah, de Angra para Vila Abraão o único acesso é pelo mar, então os horários que tinha anotado foi dos barcos, escunas e barca. Deixei marcado também o mergulho de Ilhabela, qual operadora procurar em Vila Abraão, qual hostel procurar em Paraty caso decidisse ficar por lá e o de Ilha Grande.

Foto: Arquivo Pessoal
Não viajei em ônibus confortáveis e muito menos albergues, nem todos era bem limpos, nem tinha piscina, alguns quartos eram mistos, nem todos tinham armários, mas senti de coração a energia boa dos lugares, independente de onde estivesse. A viagem por sinal não teve luxo algum. Não ligava pra bagunça da mala, do peso da mochila nas costas, ou de viajar de short pijama, chinelo e cabelo sem alisar. Eu estava bem, longe de tudo, das preocupações, da família, do trabalho, do cachorro, da bagunça urbana. Por dias fiquei sem internet e só usava a wi-fi do hostel. Levei meu tênis que só usei para ir e voltar de avião, nem nas trilhas eu usava. Maquiagem achei melhor não levar, mas depois acabei mudando de ideia, que por sinal não resolveu... só fez volume na mala. A vaidade ficou em casa.
Amei os lugares que passei. Em Paraty fiquei apenas uma noite e foi uma das melhores, mais movimentadas, malucas e diferentes das viagens que passei. Com direito a muita caipirinha e conversa com gringos.. me lembrou até um canal do youtube que sigo chamado Ypioca com vídeos "Vamos Brazilizar?". Conversar com gringos sobre o Brasil.

Não passei fome e a sede que eu passei foi de conhecimento e aventura. Quanto à água... bom, comprava garrafas de água de 1,5 e bebia no "bico" por que era mais econômico e divertido.

Foto: Arquivo Pessoal
Voltei pra casa e há quase duas semanas depois de voltar é que me adapto a rotina. Ainda com a mente cheia e turbulenta de tudo que vivi. Ainda não estou planejando uma próxima distante, apenas no Estado de Mato Grosso. Tenho alguns projetos pessoais para cumprir e isso vai me demandar tempo e custo. Mas quando for para ir longe de novo... Será maravilhoso.


Mais detalhes dessa viagem nos próximos posts.