terça-feira, 29 de abril de 2014

O primeiro pêndulo humano...

     Após o almoço que encerrou a manhã do Esporte cidadania radical, mesmo evento em que fiz o meu primeiro rapel, Larissa e eu saímos em busca de alguma outra atividade que fosse "compatível" com nossa idade e tamanho. O rapel ainda tinha fila, a escalada também, as atividades aquáticas eram só pra crianças, esportivas não tínhamos interesse, nada interessante havia ali.
      Ainda cheia e com calor, pensei na possibilidade de ir embora até que algumas pessoas começaram a falar e indicar na direção dos guindastes: o pêndulo humano iria começar a funcionar. Saímos em direção de onde seria a atividade e ficamos observando os primeiros a descerem.
      Era diferente e nunca tinha ouvido falar, ou pelo menos nunca dei atenção. O pêndulo humano é parecido com o Bungee Jump, a pessoa também pula de uma ponte, ou outra plataforma, porém amarrada em uma corda não elástica, ou um cabo de aço, e ai fica balançando de um lado para o outro até parar. Naquela situação haviam dois guindastes: um deles segurava a “gaiola” onde os participantes subiam e saltavam, o outro, segurava a corda onde seríamos amarrados para fazer o salto, cerca de 25 metros de altura. 
      Resolvemos entrar na brincadeira e entramos na fila para participar.  A atividade era feita a cada 4 pessoas então costumava ser demorada, e também dependia muito da coragem da pessoa, pois algumas logo que saiam da gaiola já saltavam, outras ficavam nervosas ou com medo e demoravam um pouco mais. Encontramos uma cadeira e por lá ficamos esperando. Ao lado de onde estávamos tinha um carro de som tocando Aerosmith, dava pra distrair enquanto as horas passavam.
      Passou 13:30... 14:00... 14:30... às 15 horas a Larissa começou a se preparar pra subir. Combinamos de ir em grupos separados, assim enquanto uma estivesse saltando a outra ficaria embaixo tirando fotos. Dito e feito, ela foi no primeiro grupo e eu sairia logo em seguida. No mesmo grupo que ela estava me chamou atenção uma menina pois foi a mais demorada de todos ali pra descer. Embaixo a galera começou a gritar, incentivando-a a saltar, inclusive eu gritei. Até que ela pulo e todos comemoraram.
    Enquanto isso eu já estava me preparando. Depois que Larissa desceu comecei a colocar os equipamentos de segurança e conheci as pessoas que iriam saltar comigo.
  

      Fizemos uma brincadeira de 2 ou 1 e quem perdesse deveria ser o primeiro a saltar. Para o meu receio e não surpresa, eu fiquei por último na brincadeira e teria que ser a primeira a pular. Fomos chamados pelo instrutor e seguimos para entrar na gaiola. Não me recordo bem quem foi o primeiro a entrar, mas eu fui a 3° e ele nos disse que o primeiro a entrar seria também o primeiro a saltar. Ufa, me livrei dessa. Brinquei aliviada.

    Enquanto subíamos, procurei não olhar para baixo e fiquei olhando a cidade ao redor. Pude ver os bairros em volta, o parque, os tribunais que ficam perto e por um impulso e olhei por baixo da gaiola... estava alto, mas eu iria pular.
       Foi o primeiro, o segundo e logo chegou a minha vez. 
Thiago Baggio e a última participante do grupo a saltar

     
        Animada, saltei para o lado de fora da gaiola e fiquei no pequeno espaço de onde deveria pular para o lado e saltar. No momento em que virei para frente, minha coragem desapareceu.   O instrutor gritou 3... 2... 1... Já. Em vão. Fiquei paralisada. Com medo. 3... 2... 1... Já. De novo nada. Naquele momento o evento estava sendo encerrado, só o pêndulo estava funcionando e olha só, ficava no caminho da saída. Todas as pessoas que saíam pararam pra olhar a atividade e logo começaram a gritar “Pula logo” “Pula, Pula”. E nada. Até que senti uma mão do lado e um grito JÁ quando virei pra ver o que era, já estava no ar.


      Confesso que foi uma sensação única, lembrei da menina que havia demorado para descer também e me vi na mesma situação, mas se dissipar depois de saltar. La embaixo, o carro de som tocava a música Crazy de Aerosmitch e o desejo de liberdade que ganhei naquele momento me tomou até hoje.
      Em terra firme ficamos conversando sobre o que aconteceu e depois saímos para ir embora. No caminho paramos em uma conveniência e compramos água e muita, mas muita cerveja para compensar aquele dia lindo que foi quente pelo calor, cansativo, mas intenso.
      Voltei pra casa outra pessoa, a que estava com medo de poucos metros de rapel e de saltar de pendulo agora ansiava mais, e vive uma vida intensa até hoje, um ano e meio depois(29/04/2014).

      
     Não posso encerrar esse post sem falar do profissionalismo do Tiago Baggio e de sua equipe. Os horários, não houve exagero quando comentei, mas isso acontecia porque o depois que a equipe montava os equipamentos ele era sempre o primeiro a testar. Todos eles. A escalada, o rapel, o pêndulo, por isso demorou além do esperado. Isso nos passou a sensação não só de segurança, mas também de confiança, essa que tenho em sua equipe até hoje quando participo de alguma atividade.
      Se você aí quer praticar atividades radicais na região de Cuiabá, fica a dica a equipe da Adrenalina MT.

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